Não queremos minas nas nossas aldeias, aqui vive gente!

Não queremos minas na nossas aldeias!

Não pretendemos ver nosso território esventrado nem ver nossas serras e montanhas descaracterizadas.

Não queremos ouvir nem sentir rebentamentos dinamitados constantes no chão que pisamos, nem ver nossas casas quebradas.

Não queremos respirar nefastas partículas oriundas de diárias e constantes explosões. 

Não queremos ver a nossa água saqueada, desperdiçada, nem contaminada com a extração que não estaciona no Barroso, ameaça a zona balnear do Gerês e corre para as demais imensas localidades que Barroso abastece (barragem da venda Nova abastece – populações dos concelhos de Montalegre, Boticas, Chaves, Valpaços, cujas águas libertadas desaguam no Rio Cávado, abastecendo populações dos concelhos de Braga, Barcelos, Esposende, Vila do Conde, Póvoa de Varzim…).

Não pretendemos perder atividades económicas de subsistência, características da região (agricultura, pecuária, turismo rural e de natureza…), nem tradições e tranquilidade. Não tencionamos ver o nosso modo de vida alterado!

Não permitiremos, que se continue a exercer pressão para com a população, como o de suscitar receio que abafa.

Não concebemos a pressão exercida por parte de empresas extrativistas, na tentativa de aquisição de terras, originando discórdia. 

Extrativistas, cúmplices governantes, poderosos empresários e até elementos do próprio povo, não medem a meios, para atingir fins egocêntricos, sacrificando a água e ativando a  destruição de demasiadas vidas, humanos, fauna e flora biodiversa.

Agimos, ao longo de 5 anos, com o todo o direito e dever que assiste a qualquer cidadão para defender seu território, sua vida, o futuro de seus descendentes (manifestações, sessões de esclarecimento, entrevistas, publicações frequentes, exposições, instalações e residências artísticas, arte interventiva em murais, caminhadas sensibilizadoras, acampadas de resistência, eventos culturais « entrudo, concertos, teatros », curtas metragens, cantos de luta, petições, abaixo assinados, participações/contestações públicas, denúncias a entidades governamentais, contudo isentas de reação ou com solução vã…), foram ações realizadas em diversos formatos contra a fatal mineração, que pretendem que seja efetiva e real num património ímpar natural e biodiverso, num Património Agrícola Mundial e Reserva da Biosfera. 

Facto é que, foram concedidos direitos de exploração a  empresas extrativistas de mineração que nunca operaram neste setor, sem experiência portanto. 

Mostram-se isentas de qualquer certificação, quer a nível ambiental, quer de segurança e segundo normativos internacionais, como se constata. Creditar este género de concessões numa região tão única, simples e delicada a empresas persuasivas com calibre tão abominoso, é crime, um ludibrioso atentado ambiental ininteligível e verdadeiramente intolerável. Mineração verde é abstrata e inequívoca falácia. 

Fomos intransigentes, após reformulação dos projetos extrativistas submetidos a uma segunda participação pública, da qual foram inicialmente concedidos apenas 10 dias para contestação. Situação hilariante, humanamente impossível, mesmo com técnicos especializados a colaborar para o efeito. Foi alegado mais tempo para análise e participação e o alargamento de prazo, foi inevitavelmente concedido, contudo, apenas por mais 10 dias. 912 contestações logradas no caso de Covas, 308 no caso de Morgade (inédito em contestação pública). Contudo, tecido foi o parecer favorável, imputado pela Agência Portuguesa do Ambiente, aos projetos de exploração mineira a céu aberto para a mina do Barroso (a maior da Europa) em Covas de Barroso – Boticas, explorada pela Savannah Resourses, bem como, para a mina do Romano, em Morgade – Montalegre, explorada pela Luso Recursos. Ambas em condição condicionada às medidas de mitigação e compensação,  terrível deliberação completamente inaceitável.  

Mina de Lousas no Couto de Dornelas, Boticas – Infeliz nociva extração de lítio, feldespato, quartzo e outros minerais pela Felmica, onde  intolerável foi todo o ominoso contexto ocorrido. A empresa extrativista mineradora, solicita à APA alargamento da área de concessão, após ter ultrapassado a mesma em larga escala. A laborar desde 2008 como suposta pedreira. Tudo feito à revelia sem conhecimento do povo…

Mina da Borralha, conselho de  Montalegre – De novo vítima em fase de prospeção, por parte da insultuosa exploração mineira! Inadmissível e inconcebível é a toda a atual conjuntura de prospeção na Brecha de Santa Helena – Caniçó, devido ao facto dos trabalhos em questão ocorrerem a menos de 100 metros de habitações, num território altamente contaminado, repleto de metais pesados, segundo se constata e consta no estudo do Laboratório Nacional de Engenharia e Geologia, comunicação geológica datada de 2015, que não sofreu alteração até à data. Neste momento, o que está acontecer na Borralha é demasiados grave! Inaceitável é também a incompreensível conivência prestada pelos Bombeiros de Salto, vizinhos da localidade, que num vai e vem constante, abastecem com água a prospeção, sendo portanto um passo do mais nefasto, injusto e severo. 

Pressa mudança, inevitável cobrança.

Empresas de mineração são das que mais poluem, contaminam, avassalam e aniquilam. É de facto incrível e de lamentar, que haja a sórdida intenção em destruir um património tão necessário, ímpar e biodiverso como Barroso o é. O impulsivo comportamento humano pelo lucro, empurra-nos para megaprojetos que não evidenciam lógica, não travam nem amenizam alterações climáticas, acelera-as. 

Mina contamina, desestabiliza, destrói, corrói, avassala, aniquila, condena, incrimina…

Dos que lutam, desgaste existiu, ninguém desistiu, refizeram entrega.

Defesa da vida é imperativo. É direito e dever que nos assiste.

Não às Minas.