
Recusamos a censura
Há duas semanas, enviámos para os editores da revista Jacobin uma resposta a um artigo de Catarina Príncipe sobre Portugal e o Bloco, artigo que foi, entretanto, traduzido para português pelo MAS. Recebemos agora a comunicação da revista informando que não vai publicar a nossa resposta.
Trata-se de um ato de censura e recusamo-lo energicamente. A Jacobin viola, desta forma, um princípio elementar da democracia, que é o direito de resposta. Publicam um texto, mas recusam que seja discutido e esteja aberto ao escrutínio. Usam o seu poder para impedir que as leitoras e os leitores conheçam um ponto de vista divergente do publicado, onde se critica o Bloco e a sua política, e proíbem-nos agora de expor no mesmo espaço outra perspetiva e argumentos. Criticam o Bloco e a sua política, mas proíbem que nos defendamos. Pretendem que uma revista da esquerda norte-americana só divulgue a versão de uma corrente minoritária do Bloco, mas que outros militantes não possam apresentar, no mesmo site, o seu ponto de vista e a sua experiência e visão.
Lamentamos esta atitude censória, que nunca imaginámos que pudesse ser imposta. Condenamos a degradação do debate que a censura representa.
Esperamos ainda que a Jacobin volte atrás na sua decisão de proibir a publicação da nossa resposta.
Maria Manuel Rola, Adriano Campos e Jorge Costa